O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita Mariana, em Minas Gerais, nesta quinta-feira (12 de junho). A agenda oficial marca a quarta visita do presidente ao estado neste ano e ocorre simbolicamente no Dia dos Namorados. A visita, inicialmente prevista para maio, foi adiada devido à morte do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica.
Lula desembarca na cidade histórica para anunciar uma série de investimentos públicos viabilizados pelo acordo de repactuação firmado com as mineradoras Samarco, Vale e BHP, responsáveis pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, ocorrida em novembro de 2015.
Anúncios e prioridades 35g31
Durante a cerimônia oficial, prevista para as 10h na Praça da Sé, o presidente anunciará ações que envolvem obras de infraestrutura, educação, saúde, habitação e agricultura familiar. Mesmo sem adesão formal de Mariana ao acordo, o governo federal confirmou que o município receberá aportes financeiros devido à universalidade do SUS e da importância histórica e ambiental da cidade na Bacia do Rio Doce.
Entre os anúncios esperados estão:
- Construção de um hospital universitário ligado à UFOP;
- Melhoria nas unidades básicas de saúde;
- Oferta de novos cursos superiores e expansão de institutos federais;
- Construção de moradias pelo programa Minha Casa Minha Vida;
- Apoio a pequenos produtores da agricultura familiar;
- Ações ambientais e sociais voltadas à recuperação do território;
- Lançamento do programa “Cidades Históricas e Criativas”.
A comitiva presidencial inclui seis ministros: Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Saúde), Camilo Santana (Educação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
Impactos locais e controvérsias j242s
A visita presidencial causou mobilização intensa em Mariana. Para garantir a segurança, o o à Praça da Sé foi interditado a partir das 20h de quarta-feira (11). O trânsito no centro histórico também foi interrompido, e comerciantes locais criticaram a escolha da data e do local da cerimônia. Eles alegam prejuízo nas vendas em pleno Dia dos Namorados, data significativa para o comércio.
“Faltou planejamento e consideração. Poderiam ter feito na Arena Mariana, sem afetar nosso movimento”, comentou um lojista, que preferiu não se identificar.
Além do comércio, moradores e movimentos sociais manifestam expectativas e críticas. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) pretende entregar documentos denunciando falhas na reparação, ausência de participação popular e violações de direitos. Já o MST reforça a defesa da agroecologia como caminho para a recuperação da região, e reitera que o rompimento da barragem foi um crime ambiental, não um acidente.
O acordo de repactuação 5fk27
Firmado em março de 2025 e homologado pelo STF em novembro de 2024, o novo acordo prevê rees de R$ 100 bilhões pelas mineradoras envolvidas. Os recursos são destinados a projetos de reconstrução e compensação socioambiental nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Vinte e seis dos 49 municípios elegíveis aderiram ao acordo. Mariana ainda não formalizou sua adesão, mas poderá ser contemplada com parte dos recursos federais vinculados à saúde pública, desde que apresente planos até 24 de junho.
Participação popular e desafios 13v4t
Segundo o governo federal, audiências públicas e consultas comunitárias serão promovidas para garantir que a população marianense participe da definição das prioridades. Os principais desafios apontados são:
- Recuperação da biodiversidade;
- Segurança hídrica da região;
- Fiscalização da aplicação dos recursos;
- Garantia de que as ações cheguem às comunidades afetadas.
O presidente Lula reforçará, durante a visita, a importância de acompanhar de perto a execução do acordo e assegurar que ele vá além da reparação simbólica, com efeitos duradouros para o território.
Histórico da presença de Lula em Mariana 5b5xl
A última visita do presidente à cidade havia ocorrido em 5 de maio de 2006, durante seu segundo mandato. Na ocasião, ele participou da inauguração da Estação Parque, ponto de partida do Trem da Vale que ligava Mariana a Ouro Preto. O projeto, hoje desativado, foi apresentado como símbolo de valorização cultural e do turismo ferroviário em Minas Gerais.