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Semana Santa: 4 roteiros em Minas Gerais que unem espiritualidade, história e natureza 265e5

Semana Santa: 4 roteiros em Minas Gerais que unem espiritualidade, história e natureza
Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté. Foto: Andressa Griffante

Minas Gerais se consolida como um dos principais destinos para o turismo religioso no Brasil. Com cerca de 60% do patrimônio sacro do país localizado em suas cidades históricas, o estado oferece uma experiência única que combina a busca espiritual com um profundo mergulho histórico-cultural. Durante o calendário da Semana Santa são esperados 550 mil turistas e uma movimentação econômica de R$ 5,5 bilhões, segundo o Governo de Minas. Nesse período, o território mineiro se transforma em palco de grandes manifestações de religiosidade, reunindo moradores, visitantes e turistas de todas as partes do país.

Os ritos têm raízes profundas que remontam ao período colonial e ao ciclo do ouro, quando a mineração atraiu colonos e missionários. É justamente na região do Circuito do Ouro que encontramos uma rica variedade de igrejas barrocas, santuários, exposições de arte sacra e festas religiosas.

As procissões serpenteiam ladeiras históricas, ando em frente de capelas e igrejas centenárias. Também estão presentes os tradicionais símbolos e rituais como os tapetes de serragem, o círio pascal, os ramos, a via-sacra, a encenação da paixão e morte de Cristo, entre outros.

O Circuito do Ouro compreende 16 municípios, muito próximos à capital, Belo Horizonte, divididos em quatro roteiros segmentados. Separamos algumas das principais atrações e experiências que fazem cada uma destas rotas atrair cada vez mais fiéis, peregrinos e viajantes em busca de autoconhecimento, refúgio espiritual e práticas relacionadas à fé, não apenas durante a Semana Santa, mas em todos os períodos do ano.

Religiosidade entre cenários da história

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. Foto: Eduardo Viero

O roteiro “Entre Cenários da História” nos leva a um tour pelo ado, destacando as tradições religiosas através de diversos traços arquitetônicos e artísticos. Fazem parte deste itinerário as cidades de Ouro Preto, Mariana, Congonhas e Ouro Branco.

O conjunto de igrejas barrocas de Ouro Preto, Patrimônio Mundial da UNESCO, é um dos principais atrativos para os amantes da arte sacra. A mais famosa é a Igreja de São Francisco de Assis, projetada pelo mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Congonhas também preserva uma forte identidade religiosa com o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Este complexo, também Patrimônio Cultural da Humanidade, é famoso pelas esculturas em pedra-sabão dos 12 profetas e pelas 66 imagens entalhadas em madeira, consideradas a realização máxima de Aleijadinho.

Outro destaque é Mariana, cidade mais antiga e primeira capital do Estado de Minas Gerais, que conta por exemplo com a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção. Conhecida como Sé de Mariana, é um dos mais importantes monumentos religiosos e artísticos do século XVIII e dentre as sete catedrais erguidas no Brasil Colônia é a única que mantém traços originais. Em Mariana, também é possível visitar o Ateliê Edney do Carmo, experiência que faz parte da Rota das Artes, e oferece mais um mergulho na arte sacra.

Já no município de Ouro Branco, onde a religiosidade também é um dos traços mais marcantes, está a Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, de meados de 1865, e também a Matriz de Santo Antônio de Ouro Branco, considerada uma das mais belas obras do barroco mineiro.

Refúgios de fé e contemplação

Santuário do Caraça, em Catas Altas. Foto: Eduardo Viero

Já o roteiro “Entre Serras da Piedade ao Caraça” – que reúne as cidades de Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas – é ideal para quem busca refúgios de paz e devoção em meio à natureza. O Santuário Nossa Senhora da Piedade é um cenário de riquíssima beleza natural no alto da Serra da Piedade, a 1.746 metros de altura. Localizado em Caeté, é local de peregrinações desde o século 18, quando foi construída uma Ermida em homenagem a Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais. No interior da capela destaca-se o retábulo do altar-mor, em estilo rococó, e a imagem de Nossa Senhora da Piedade, escultura atribuída a Aleijadinho.

Na mesma rota, está outro reduto de profunda imersão espiritual e ecológica, localizado na Serra do Caraça, entre os municípios de Santa Bárbara e Catas Altas. Em uma área de mais de 11 mil hectares, o Santuário do Caraça abriga a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens — a primeira do Brasil em estilo neogótico —, além de museu, pousada, restaurante e uma vasta área natural preservada, com trilhas e cachoeiras.

Inclusive, neste ano o Santuário do Caraça e Santa Bárbara recebem, durante a programação especial de Semana Santa, a encenação de “Os os da Agonia”, espetáculo da Âncora Cia de Teatro, que celebra 50 anos de tradição e arte. O tradicional teatro religioso é considerado um dos mais importantes de Minas Gerais e tem reconhecimento de Patrimônio Cultural Imaterial Municipal de Santa Bárbara, cidade mineira que é a sede do grupo.

Outro trajeto que atrai turistas religiosos e une contemplação e natureza no Circuito do Ouro é o “Entre Trilhas, Sabores e Aromas”, que compreende as cidades de Rio Acima, Itabirito, Nova Lima, Sabará, Santa Luzia e Raposos.

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Mosteiro Nossa Senhora da Conceição das Macaúbas, em Santa Luzia, é uma das paradas obrigatórias aos visitantes neste roteiro. A instituição, onde as freiras vivem em comunhão com o meio ambiente e antigos hábitos, foi fundada em 1714. 

Mosteiro Nossa Senhora da Conceição das Macaúbas, em Santa Luzia. Foto: Eduardo Viero

Já em Sabará, cidade também reconhecida por sua forte expressão religiosa e arquitetura colonial, se destaca na Semana Santa com uma programação rica que inclui missas solenes, procissões, encenações teatrais da Paixão de Cristo e diversas manifestações culturais. Na Quinta-Feira Santa ocorre a abertura do Santo Sepulcro, cerimônia que só acontece em Sabará, há mais de 200 anos. O ritual se diferencia das demais igrejas da região – que o fazem na Sexta-Feira da Paixão – e é considerado um dos mais longos da tradição religiosa local porque inclui uma vigília de 24 horas.

A fé presente nos saberes e fazeres

Pastel de São José da Lagoa é Patrimônio Cultural Imaterial de Nova Era. Foto: Eduardo Viero

A religiosidade em Minas Gerais também se reflete nos saberes e fazeres locais. Em Nova Era, por exemplo, o pastel de São José tornou-se um símbolo da cidade. A história começa em 1991, quando Terezinha Souza de Araújo começou a fazer o alimento para ajudar nas obras de restauro da Matriz de São José da Lagoa, uma joia barroca que estava em condições muito precárias.

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Bem recheados, nas versões carne ou queijo, ele é vendido toda quarta-feira em frente à igreja, logo após a missa, embora a maior produção ocorra nos festejos de São José, de 10 a 19 de março. O lucro arrecadado até hoje ajuda nas obras de restauração e manutenção da igreja matriz. Por seu valor social, gastronômico e cultural, o Pastel de São José da Lagoa foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Nova Era.

Os turistas podem experimentar esse pastel tão especial e visitar a matriz, preservada com tanto zelo pela comunidade, percorrendo o roteiro “Entre Ruralidades e Personalidades” do Circuito do Ouro, que inclui também o município de Itabira, terra do poeta Carlos Drummond de Andrade, e o distrito de Ipoema.

E este ano, a Semana Santa em Itabira ganha um significado ainda mais especial com a comemoração do bicentenário da Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Catedral Diocesana). Fundada há 200 anos, a paróquia desempenha um papel central na vida religiosa e cultural da cidade, sendo um marco da tradição e da fé do povo itabirano. A programação especial também inclui as celebrações do Ano Santo – Jubileu de Esperança e do Jubileu Diocesano (1965 – 2025), que marca os 60 anos de evangelização da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano.

Conheça mais sobre todos os roteiros:

Os roteiros estão sinalizados e possuem grande proximidade geográfica, semelhanças históricas e culturais. A segmentação das rotas de visitação facilita a busca de informações e guia os visitantes pelas atrações e experiências.

Os 16 municípios atrelados à Associação do Circuito do Ouro, além de participarem das políticas públicas de turismo fomentadas pela Instância de Governança Regional – que é responsável por orientar as cidades seguindo as diretrizes da Secretaria de Turismo e Cultura de Minas Gerais e do Ministério do Turismo – também se beneficiam do plano de trabalho estratégico da entidade.

Um dos importantes parceiros da associação é o cartão ELO, que ajudou na sinalização dos roteiros trabalhados, distribuição de material para os empresários parceiros, participação em festivais de turismo, capacitação de profissionais das prefeituras, parceiros e do trade em geral, com foco no atendimento ao turista, estratégias de marketing para o destino e muito mais.

Ao todo são 4 roteiros que integram o Circuito do Ouro:

– Entre Serras: da Piedade ao Caraça
– Entre Cenários da História
– Entre Trilhas, Sabores e Aromas
– Entre Ruralidades e Personalidades

Fonte: Assessoria de Comunicação do Circuito do Ouro